Obra “UM GRITO NEGRO POETIZANDO A CONSCIENTIZAÇÃO”, de Rusevelt Silva Santos

 

Uma breve apreciação

A obra “UM GRITO NEGRO POETIZANDO A CONSCIENTIZAÇÃO”, de Rusevelt Silva Santos, é dividido em 6 capítulos. Cada um abordando uma aspecto da luta dos afro-brasileiros. Segundo o autor, trata-se de “uma verdadeira fonte de conhecimento - a luta dos afro-brasileiros, para tanto faço uma ponte entre o poético e o político, o didático e o metodológico, o lúdico e o filosófico e tem sua pujança na força do povo preto”. É fato! O poeta tem razão. Ele tem a destreza de ao elaborar poemas, o leitor se deleitar com uma aula de história com temáticas como Zumbi, 1888 e capoeira.

Através de seus textos, nos apropriamos do que ocorreu ao longo da história. Ativamos nosso conhecimento quanto à luta travada pelos africanos. Neles, identificamos um tom de manifesto “Abaixo o uso do chicote e do tronco Vamos fazer grandes rebeliões E tomar as rédeas desta nação”. o recurso da retextualização ao apresentar uma narrativa em forma de verso como “Uma infância brutalmente interrompida Mais uma vítima no Rio de bala perdida És um menino de cor de sua pele negra”.

Outro modo textual recorrente é a descrição. Entende-se o uso constante pelo teor da obra. Exemplo: senzala: “lugar úmido, fétido, sereno, cruel e escuro”.

Há recursos expressivos como metáfora: “som são os ais do lamento”; comparação: “parece bicho numa jaula”;

Neologismo: “carolindo”

Tudo isso numa linguagem clara e direta. É um excelente material para professores trabalharem em sala de aula. Conforme Rusevelt, existe uma lacuna “em publicações de livros com conteúdos que enaltecessem a população negra. Desse modo, decidi escrever sobre estes temas e produzir materiais para educandos e educadores em defesa das minorias”.

Vale a pena conferir! E finalizamos com um fragmento de um dos poemas para reflexão: ” Juventude negra o que este país tem te reservado? Os piores infortúnios, infidelidade, grosseria e desamor. Herança da escravidão que durou mais de três séculos de horror”.